Sim, existem indícios de atividades extremistas islâmicas ou com vínculos islâmicos no Brasil — mas não no sentido de uma guerra ativa ou ataques frequentes coordenados de grande escala no país. A situação é considerada de baixa a moderada ameaça, com foco primário em prevenção, monitoramento e cooperação internacional.
O país não está sob ataque ativo frequente de grandes grupos terroristas estrangeiros segundo avaliações oficiais. Por exemplo, um relatório da Federal Police of Brazil e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) indica que a ameaça de ação dos grupos como Islamic State ou seus afiliados no Brasil foi classificada como baixa.
Já houve prisões e investigações concretas. Por exemplo:
- Em 2016 foram presos 10 brasileiros acusados de apoiar o Islamic State e de discutirem possíveis ataques durante os Jogos Olímpicos do Rio.
- Em 2023, a Polícia Federal do Brasil, em cooperação com agências internacionais, relatou ter desarticulado plano ligado ao grupo Hezbollah para atacar alvos da comunidade judaica no Brasil.
- O país é apontado como tendo uma vulnerabilidade moderada no que se refere ao financiamento ou uso de território para apoio logístico (trânsito, lavagem de dinheiro, arrecadação), mesmo que não haja atualmente forte presença operacional desses grupos.
Aqui vão alguns dados recentes (2024-25) sobre atividades de extremismo islâmico ou terroristas no Brasil, conforme fontes públicas — o que ajuda a entender a tendência, ainda que não haja um cenário de ataques em larga escala.
Casos concretos
1- Em julho de 2024, a Justiça Federal de Belo Horizonte (MG) condenou um brasileiro a sete anos de prisão por promover o Estado Islâmico (ISIS) e recrutar menores. A sentença foi proferida em 13 de maio de 2024. O réu atuava na promoção da organização, convidava menores e tinha intenção de se unir ao grupo. Esse caso ilustra que há indivíduos no Brasil que se vinculam ou atuam para organizações terroristas internacionais, ainda que em escala pequena.
2- Em 21 de março de 2025, a Polícia Federal concluiu a investigação da chamada Operação Mujahidin, no Rio Grande do Sul, que investigou um indivíduo que mantinha contatos com extremistas no exterior, realizava postagens que exaltavam o Al‑Qaeda e o Estado Islâmico, além de incitar ódio religioso (com foco na comunidade judaica), pesquisava fabricação de explosivos, vestimentas e equipamentos para ações terroristas, e tinha em seu poder facas, machadinhas, simulacros de armas, colete balístico, munições etc. A PF considerou “ameaça concreta”. Esse caso demonstra que existe vigilância e ações efetivas de investigação de potenciais ataques no Brasil. A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) atualizou, em agosto de 2025, o “Protocolo de Prevenção da Ameaça do Extremismo Violento”. No documento, consta que entre 2023-2024 foram registrados 60% das ocorrências em escolas dos últimos 20 anos relacionadas ao extremismo violento — esse dado refere-se a “ações executadas em escolas” ou “registro de radicalização” no contexto mais amplo de extremismos. Importante: esse dado não se refere exclusivamente a “terrorismo islâmico”, mas ao fenômeno de extremismo violento (que inclui várias motivações ideológicas).